Apoio cultural

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Conselho Municipal de Educação de Una sente-se ofendido com o termo “manobra”.

"O que se fizer com as crianças hoje, elas farão com a sociedade amanhã"
 (Karl Menninger)

Carta do CMEU
O expediente assinado pela Prof.ª Lucia Maria Cerqueira de Oliveira acusa este blogueiro de desrespeitoso, ofensivo, grosseiro, desprovido de ética e equivocado conceitualmente “por mero desconhecimento das leis educacionais vigentes no país” Sic. A professora que o assinou carrega em seu currículo a dignidade, respeito e admiração de maioria absoluta dos alunos que estiveram sob sua direção, enquanto esteve à frente do CMAFA e de outras instituições de ensino.

Segundo o expediente, a mudança no currículo quanto à substituição da matéria de cultura baiana para filosofia, atende a um interesse coletivo da Comunidade do Colégio Municipal Alice Fuchs de Almeida, aliás a unidade escolar se encontra em completo abandono, porém o conselho não se manifestou, até o momento, a respeito do desmando. Um aluno morreu numa dessas festas de confraternização e nenhuma providência administrativa foi tomada, ao menos que chegasse ao conhecimento público (relembre o caso clicando aqui).

O expediente informa que se manterá no currículo a disciplina de História e Cultura Afro-Brasileira de forma interdisciplinar, principalmente nas matérias de Educação Artísticas, Literatura e História do Brasil. Parece coisa dos anos 64 a 88, quando os artistas criticavam o sistema de forma discreta. Os assuntos inerentes as questões afro-descendentes devem se tratada de maneira explicita.

Nossa opinião. Liberdade de expressão, contido no art. 5º, inc. IX c/c art. 220 da CRFB/88

Ninguém entende, todavia, se o momento é propício para a mudança, haja vista que o conselho teve todo o tempo para realizar a mudança, e não o fez. Simplesmente, esperaram uma evangélica ingressar na liderança política do município, para alterar o currículo. Portanto, existem dois entendimentos, ou uma manobra, para deixar a nova líder numa situação de desgaste com os afro-descendentes, ou de fato, alguém do conselho quer fazer média com a nova prefeita, assumindo a responsabilidade do ato. Mas, que caiu mal a decisão, neste momento, caiu.

Nosso país é um Estado de segregação racial e religiosa velada, onde os lideres são “obrigados” a decretarem feriados católicos nos dias santos, atingido a todo o povo brasileiro, malgrado o texto constitucional amparar a liberdade religiosa no país laico. Estes tomam posse em cargo público nos templos católicos e fazem chamamento de autoridades eclesiásticas para benzerem obras públicas. Portanto, é inadmissível que este preconceito ainda infecte o âmbito escolar.

Quanto a ser desconhecedor da lei que cobre as ações educacionais do país é bom lembrar, que esta mesma lei atribui ao CME à competência de fiscalizar e denunciar os maus gestores, no que concerne a seus equívocos quanto aos atos administrativos, todavia, ao menos do nosso conhecimento, este conselho, que preza pela ética e pela moralidade administrativa, não protocolizou denuncia, quanto às irregularidades e as ilegalidades encontradas em contas públicas, apontada pelo Tribunal de Contas dos Municípios, ao contrário, membros desse conselho, uns de forma velada e outros ostensivamente, deu apoio aos maus gestores, inclusive um deles, afastado do cargo por ordem judicial.   

Com os meus respeitos aos membros desse conselho de boa intenção, mas não sinto remorso nem estou convencido de que este ato não foi uma MANOBRA POLÍTICA, pois a sociedade é uma massa de manobra dos interesses econômicos e políticos de pessoas que pretendem se perpetuarem no poder. Gostaria que o Conselho encaminhasse dados estatísticos, a respeito do grau de escolaridade de seus membros, com direito de voto, para ver se há convencimento que essa decisão foi realmente técnica.   
“A vaidade é um princípio de corrupção”. Machado de Assis