Apoio cultural

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Dois homicídios, em Una. Afinal, de quem é a responsabilidade?


Bacharel em Direito e Radialista
Ao assistir o noticiário de hoje (03) a noite, da TV Santa Cruz, foi possível perceber que sangue escorria pela tela do aparelho de televisão. Uma prova inconteste aos "desavisados" de que o crescimento da violência urbana não é, apenas, um "privilégio" de nossa pacata cidade de Una. Foram praticados diversos homicídios em Itabuna, Itapebi, Jussari, Porto Seguro, dentre outras cidades da região sul da Bahia.

A droga é única responsável pelo crescimento gigantesco da violência urbana. Ela não é fabricada e nem é plantada no município de Una, e muito menos na região sul da Bahia. A droga vem de muito longe e passa pela competência policial da União e de outros estados federados. Portanto, querer responsabilizar a gestão municipal pelos dois homicídios ocorridos no último final de semana é um ato insano e de gigantesca irresponsabilidade.

Houve quem quisesse atribuir, embora, não tenha autoridade para isso e muito menos moral para falar de corrupção sem cortar na própria carne, de que a prefeita municipal seria a responsável direta pelos dois homicídios ocorridos no último final de semana. A crítica seria aceitável se a crise fosse inerente a competência administrativa do município, mas não o é, apenas.

A Carta da República deu ao Estado, em sentido amplo, o dever para com a segurança pública, porém a responsabilidade é de todos. O município de Una não tem direito legal de se quer constituir uma guarda armada, e, aos municípios cabem somente o dever de cuidar da segurança patrimonial. A polícia ostensiva e a judiciária é de competência dos estados federados, e, nos crimes federais e de interesse da União, cabe a Policia Federal o papel de exercer a função de polícia investigativa.

A verdade é que vivemos numa sociedade que seus protestos são exclusivamente imediatistas e oportunistas. Aproveitadores utilizam do sofrimento e da miséria alheia para tirar proveitos próprios, auferir vantagem política e querer responsabilizar quem, de fato e de direito, não tem a responsabilidade direta pelo lamentável fato social. Só óleo de peroba na cara dessa gente!