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domingo, 14 de julho de 2013

A micareta 2013 e o paradoxo do Governo de Diane.

Radialista Renê Sampaio - DRT 6.319
É público e notório que a pratica política administrativa implantada nos últimos dez anos no Brasil é de fato salutar importância no combate a corrupção nos municípios, quanto aos recursos próprios, pois os prefeitos antigamente andavam com o talão de cheque do município no bolso para as suas farras e de seus apadrinhados. O Estado brasileiro, então resolveu canalizar esta liberdade através das verbas carimbadas, através das ações sociais, porém o contraponto é que os recursos de liberdades dos prefeitos ficaram escassos e as verbas carimbadas não suprem as necessidades dos municípios. Um PSF, por exemplo, recebe R$ 9.600,00, mas a entidade municipal tem que investir R$ 36 mil.

Por outra forma, a União, no pretexto de equilibrar e aquecer a economia, reduziu tributos que atingiram diretamente os municípios na receita do FPM. Resumindo, as verbas que não são carimbadas, malmente servem para pagar folha de servidores, iluminação pública e limpeza urbana. E, no caso dos municípios inadimplentes, como é o nosso exemplo, o prefeito ainda precisa sacrificar parte da escassa receita para pagar parcelamento da União. Os municípios produzem as riquezas do país para a União administrar.

O povo foi às ruas, dizendo que o “gigante acordou”. Nada adianta acordar se não tiver ação com razão. Foi testemunhado pela sociedade unense, um professor reivindicar gabinete para o vice-prefeito e que este tomasse parte na administração. Houve, também, estudantes que pediram micareta. O que se ver são clamores de moradores da zona rural rogando por melhoria nos acessos vicinais, o povo pedindo melhoria na educação e na saúde, que anda em maus lençóis. Não haveria uma incoerência nas reivindicações do “Pobre giganTe”?

Não tem dinheiro para pneus vai fazer micareta.
O município não tem dinheiro para consertar as estradas e melhorar os distritos. O PSF do Marcel Ganem, jamais funcionou e o hospital anda capenga, que nem lençol tem. Nem pintura, as escolas levaram este ano. Três ônibus e uma par carregadeira encontram-se abandonados numa área federal, por falta de recurso para consertar e trocar os pneus. E de repente o município desembolsa cerca de R$ 200 mil numa festa, em que, aproximadamente, 10% deste recurso ficam no município, pois o restante quem leva são as empresas de bebidas, empresários de bandas, trios, palco e iluminação. Entendemos um paradoxo no pedido do povo, com respeito, aos que pensam ao contrário.     

Não temos procuração para defender às ações da prefeita Diane Rusciolelli, mas entendemos, que embora, não exista a tão sonhada transparência governamental, a dita tem se posicionado aos novos moldes da administração pública, com o controle dos gastos públicos, cartão de abastecimento é um exemplo. Ainda falta muito, para chegar ao sonhado governo da mudança, mas já existe uma sinalização de equilíbrio e responsabilidade neste governo.

Lembre-se que Una teve um prefeito que sacrificou o salário dos servidores para realizar a tão sonhada festa de Micareta, e depois chorou (lágrima de crocodilo), fechou um clube da cidade, oferecendo cerveja, refrigerante e sanduíche, para dividir esses salários em 10 parcelas sem juros, deixando o servidor chupando dedo. As magnificas festas de Micareta dos anos de 2005, 2006 e 2007 custaram cerca de R$ 400 mil aos cofres públicos, cada uma.  

Acaso, a prefeita decida por não fazer a micareta, ela está acobertada de razão. O povo precisa de estradas, saúde e educação. A diversão é importante no meio da sociedade, mas quem sabe, no próximo ano, os nossos deputados não apareçam para ajudar a prefeita a realizar uma grande festa e fazer com que o povo esqueça a deste ano? Lembrem que 2001, não houve Micareta, mas em 2002 teve até congestionamento de trio, que um teve, ineditamente, de tocar em macha-ré. Ademais, a festa é do povo, quem tem que fazer é povo, como sempre aconteceu. Diane está certa, primeiro o dever de casa, depois a diversão.