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segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O que é administrador público.


Por: Renê Sampaio – DRT 6.319

Administrar na essência da palavra é o mesmo que gerir, todavia é preciso que ocorra um vinculo afetivo-profissional entre o administrador, os administrados e os colaboradores, além de se conhecer profundamente o que vai se administrar. O administrador por excelência não é o mandão centralizador, mas o que exerce o poder de liderança, com o único objetivo de coordenar o trabalho de seus colaboradores.

O líder tem que ter uma excelente audição e um extraordinário poder de decisão. Às vezes é preciso agir tão rápido na hora de decidir, quando os repentistas de cordel nas suas respostas mirabolantes. A decisão deve ser serena, justa e ter respaldo legal, independente que venha causar indigestão questionamentos de alguns de seus liderados ou colaboradores.

O administrador público não deve ser arrogante nem ter a prepotência como bandeira principal do seu poder, que emana do povo, nem deve se curvar diante das criticas ou das crises, que acaso venha enfrentar, e são pertinentes a administração pública. A sua decisão sábia e soberana não precisa ser imediatamente satisfatória, mas o tempo é quem dará a sua melhor interpretação a sua resposta.

A decisão da prefeita de Ipirá, Ana Verena Colonezzi, não foi a das mais sábias, mas deve deixar o legado, para os que pretendem subir a rampa do poder público, haja vista que as novas técnicas de administrar, que os cientistas políticos chamam de tecnocracia, logo-logo vai penetrar no seio da administração pública, a fim de concretizar o adágio popular “quem não tem competência não se estabelece”.    
    
Os riquíssimos programas de informações dos tribunais, os padrões de tecnologia que o Estado Brasileiro vem montando, são para que os leigos sejam excluídos da administração pública. Malgrado, a diminuição de recursos livres aos prefeitos administrarem, às verbas carimbadas que é uma realidade no dia-a-dia das prefeituras, tem crescido os caixas das municipalidades, porém deixa os prefeitos com as mãos atadas para apenas gerir o que lhe é pré-determinado.

O FPM, O ICMS e as receitas próprias mal dar para pagar a folha, o consumo de combustível e os serviços de água, energia e telefonia. Pior, isto não é escassez de recurso, mas o resultado dos leigos que contrataram em excesso, a falta de manutenção na patrulha mecânica, a falta de cumprimentos dos encargos sociais, e às vezes os usos indevidos dos serviços de água, luz e telefone, este muitas das vezes utilizado em desprezo a utilidade pública a favor de um interesse pessoal.       

A postura de alguns administradores em economizar excessivamente, às vezes inviabiliza a administração pública, todavia, este deve substituir o verbo gastar pelo termo investir, mesmo porque esta ultima tem um som de empreendedorismo, o que, aliás, tem faltado na administração pública. O gestor público deve ser empreendedor na essência da palavra. Investir para ter o retorno futuro.

Mas o viés da administração pública é a “desgraça” da política, pois para se chegar ao poder, por menor que seja o compromisso, há meia dúzia de promessas, que após a assunção do cargo se multiplica em dezenas de vezes. O prefeito tem que agradar a Câmara para não inviabilizar o orçamento e os projetos de interesse do Executivo. Ademais, o Brasil adotou o mecanismo da reeleição que complica ainda mais a vida dos gestores políticos.

O afastamento e a renuncia, bem como a falta de candidatos, daqui a alguns anos, serão fatos corriqueiros no cenário da política nacional. Quem assume o cargo de gestor público, dificilmente, ao sair do cargo, não leva de herança, no mínimo, uma multa de 30% dos vencimentos anuais dos tribunais de contas. Há outros que levam Ações Civis Públicas, Ação Penal, que sempre culmina em condenação a prisão, bloqueio e perda dos bens.